Reprodução
Certamente você já viu em sua rede social no mínimo uma pessoa próxima ‘explodindo a cabeça’ depois de assistir a nova série da Netflix 13 Reasons Why (Os 13 Porquês). A trama, lançada em 31 de março domina os assuntos da internet e trouxe muitos temas à tona na vida real.
Deixando de lado histórias fantásticas, pessoas com super poderes ou zumbis, ela foca nos problemas de adolescentes no ensino médio, incluindo depressão, bullying, assédio e até suicídio.
Em 13 fitas cassete, a protagonista conta sua história aos envolvidos e cada lado de cada fita é um episódio sobre um deles.
Se você ainda está em dúvida se deve assistir ou não, fizemos um vídeo especial sobe o tema e uma seleção de motivos para você ver 13 Reasons Why AGORA!
A série da Netflix é uma adaptação do livro de mesmo nome “Tr1rteen R3asons Why” (na tradução para o português “Os Treze Porquês”) do autor norte-americano Jay Asher. A obra foi lançada em 2007 nos Estados Unidos e em 2011 ficou no topo dos mais vendidos do New York Times
Com o lançamento da série, a publicação ganhou voltou a entrar na lista dos livros mais vendidos. O livro tem 256 páginas e a série tem 13 episódios. Mas vale avisá-lo, que muitas coisas foram alteradas da história original.
Se você quiser ler o livro, compre aqui
Em um primeiro momento, talvez cada um desses dilemas não pareça ser algo realmente importante a ponto de levar alguém a se suicidar. Mas, como você percebe ao longo da série, a junção desses fatores é mais do que suficiente para a trágica decisão.
Um dos grandes acertos é da série e na trilha sonora. Assim como os episódios, são 13 faixas, sendo duas da cantora (e produtora) Selena Gomez, além de hits clássicos de bandas como Joy Division, Lord Duron e The Cure. O músico eletrônico Eskmo compôs a trilha sonora, e cada personagem tem seus próprios motivos musicais dentro da partitura.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) já alertou que o suicídio é um problema de saúde pública que deve ser visto como prioritário por gestores de todas as nações. Segundo estudo do órgão, a cada 40 segundos uma pessoa se mata no mundo – são 2.160 pessoas por dia. Acredite, ele mata mais que a aids e a violência!
O Brasil, infelizmente, já foi considerado o oitavo país com o maior número de suicídios do planeta. E é pior entre os jovens: na última década, a taxa de brasileiros que tiram a própria vida cresceu mais de 40% entre pessoas de 15 e 29 anos.
No fim de semana da estreia, a série chegou ao Trending Topics do Twitter com a hashtag #NãoSejaUmPorque, com pessoas refletindo sobre como a história mexeu com as pessoas em todo mundo.
De acordo com o Huffington Post, o CVV (Centro de Valorização da Vida) – organização sem fins lucrativos para a prevenção do suicídio no Brasil – recebeu por volta de 25 mensagens mencionando “13 Reasons Why”.
Desde 31 de março, os pedidos de socorro enviados para a instituição aumentaram mais de 100%. No lançamento da série, a Netflix disponibilizou o site da CVV para incentivar os telespectadores a procurarem ajuda. A plataforma oferece apoio 24h gratuita e sigilosamente por telefone (141), e-mail, chat e Skype.
Além disso, o assunto bullying também veio à tona, com programas especiais e cobertura jornalista. Com certeza, temas que devem ser discutidos.
Além disso, rola outras linhas atemporais que vamos descobrindo onde encaixar na história ao longo da narrativa, completando as peças que faltam no arco. Tudo isso é amarrado de forma interessante e instigante.
Hannah era mais uma adolescente comum, bonita, saudável, que passa pela fase mais chata e perturbadora da vida. Sofreu como muitos outros jovens, tentou até alertar as pessoas sobre isso, mas ninguém levou a sério seus sinais.
Eu, por exemplo, infelizmente já tive uma amiga que passou por problemas de depressão e escolheu o final trágico do suicídio. O pior é que estávamos lá, do lado dela, e não tínhamos a consciência do que ela estava passando.
Isso humaniza ainda mais a história, mostrando que qualquer pessoa pode passar por isso e, se não tiver um apoio devido, as consequências podem ser drásticas.
Reflita sobre suas atitudes, a forma como você age, reage e como isso acaba influenciando a vida dos outros em volta. Você pode ser um agente de traumas profundos em outra pessoa que nem imagina.